ATA DA
OCTOGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 29-8-2016.
Aos vinte e nove dias do
mês de agosto do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Ana Terra
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Dinho do Grêmio, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, José Freitas, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro,
Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, registraram presença Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, João Bosco
Vaz, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Motorista, Rodrigo Maroni e Valter
Nagelstein. Após,
por solicitação de Tarciso Flecha Negra, foi realizado um minuto de silêncio em
homenagem póstuma a Alcindo Martha de Freitas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se Sofia Cavedon, Bernardino Vendruscolo e Idenir Cecchim. Após,
foi apregoado o Ofício nº 783/16, do Prefeito, comunicando que se ausentará do
Município das treze horas e trinta e quatro minutos do dia trinta e um de
agosto às doze horas e vinte e oito minutos do dia primeiro de setembro do
corrente, ocasião em que cumprirá agenda junto ao Supremo Tribunal Federal, em
Brasília – DF. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Valter
Nagelstein, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em
prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a
assinalar o transcurso do septuagésimo aniversário do programa Hora Israelita,
nos termos do Requerimento nº 086/16 (Processo nº 1997/16), de autoria de
Valter Nagelstein. Compuseram a Mesa: Guilherme Socias Villela, presidindo os
trabalhos; Dani Laks, Diretor do programa Hora Israelita; e Zalmir Chwartzman,
Presidente da Federação Israelita. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se Valter
Nagelstein, como proponente e em tempo cedido por Lourdes Sprenger. A seguir, o
Presidente convidou Valter Nagelstein a proceder à entrega, a Dani Laks, de
Diploma alusivo à presente solenidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se
João Carlos Nedel. Após, o Presidente concedeu a palavra a Dani Laks e Zalmir
Chwatrzman, que se pronunciaram acerca da presente solenidade. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se Rodrigo Maroni, João Bosco Vaz e Dr. Goulart. Na
ocasião, foram apregoados Requerimentos de autoria de Cassio Trogildo,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde nos dias dezoito e vinte e quatro
de agosto do corrente. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se Delegado Cleiton. Na
oportunidade, o Presidente registrou o transcurso do aniversário de Delegado
Cleiton. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se Tarciso Flecha Negra, em tempo
cedido por Dinho do Grêmio, e Dr. Goulart. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se Dr. Thiago e Clàudio Janta. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão
Preliminar, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 021/16. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 181/16 e os Projetos de Resolução nos 035, 036, 042 e
045/16; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 042/16 e
160 e 167/16, estes dois últimos discutidos por Bernardino Vendruscolo. Às dezesseis horas e quarenta e três
minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para
a próxima sessão ordinária.
Os trabalhos foram presididos por Guilherme Socias Villela e secretariados por
Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. Tarciso
Flecha Negra está com a palavra.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA (Requerimento.) Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio
pelo falecimento do Sr.
Alcindo Martha de Freitas, o maior artilheiro da história do Grêmio Foot-Ball
Porto Alegrense.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Deferimos
o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, na Liderança da Bancada do Partido dos Trabalhadores quero aqui
fazer o registro deste dia grave da democracia brasileira, cujo final do
processo de impedimento da Presidenta da República transcorre no Senado
Federal. Escutamos todos, acredito, a manifestação da Presidenta, hoje pela
manhã, que, com muita coragem, com muita tranquilidade, com bastante emoção,
não teme enfrentar o Senado Federal, nossa Câmara maior, representativa da
democracia brasileira, expondo seu ponto de vista, indicando, na sua visão,
quais as razões daquele impedimento, declarando-se inocente de qualquer crime
de responsabilidade. Acho que é emblemático que muitas autoridades acompanhem,
que o mundo inteiro acompanhe, bem como a imprensa mundial, mas quero destacar
a presença simbólica de Chico Buarque de Hollanda, que, assim como Dilma
Rousseff, teve que se exilar do País, foi censurado na sua produção cultural,
muito censurado. Ele é talvez o maior artista brasileiro vivo, simbólico,
emblemático, daquela geração, teve que se exilar para não sofrer tortura e
prisão, como viveu a nossa Presidenta Dilma Rousseff, quando jovem. É
emblemático também que Dilma se refira a dois outros momentos em que
presidentes tiveram seus mandatos interrompidos: um, por golpe militar – João
Goulart; o outro, por ter tirado sua própria vida, a partir das pressões do
mesmo grupo colocado muito claramente por Dilma, que são as elites econômicas
deste País. Quando o País chega no nível de aumentar a redistribuição de renda,
diminuir o rentismo, aumentar as políticas sociais, fazer transformações
profundas e chegar perto das reformas, a elite brasileira não se conforma, não
aceita o resultado soberano das urnas e, antes golpe pela força, hoje, um golpe
institucional, através deles, retoma o poder neste País. E retoma o poder para
colocar em curso, Sr. Presidente, um projeto não vencedor, não eleito, não
referendado pelo povo brasileiro, que vai às urnas se manifestar, porque esse
projeto já foi manifesto pelo Presidente interino, golpista, já está manifesto
em vários projetos de lei que foram para a Câmara e não está escondido no
processo e defendido por quem vota pelo afastamento da Presidenta e por quem
apoia o Governo golpista Temer. É um projeto, e a Presidenta deixou claro que
não foi votado, porque não estava previsto, nas eleições de 2014, no projeto vencedor,
que se congelariam as contas públicas, que, por 20 anos, não se aumentariam as
contas públicas além da inflação. Ora, isso significa não ampliar políticas
sociais, coberturas sociais, não cobrir, não realizar, por exemplo, o Plano
Nacional de Educação, que determina expansão de matrículas no ensino superior e
expansão de matrículas no ensino básico, no caso da educação infantil, a
universalização do ensino médio e a ampliação do turno integral. Somente essas
metas do Plano Nacional de Educação implicam, sim, em aumento do gasto público.
E Michel Temer, no seu Governo golpista – se hoje der curso ao que está
previsto –, vai implementar, simplesmente subtraindo essas metas do Plano
Nacional de Educação.
A
Presidenta Dilma deixou muito claro na sua manifestação, como também os
Senadores que se manifestam a seu favor, como Kátia Abreu e Requião, que não
são do Partido dos Trabalhadores, ambos de partidos que estão fazendo golpe,
com falas muito claras, muito duras, muito nítidas, dizendo que é a democracia
que está sendo golpeada, que são outros interesses e não a defesa da
Constituição que movem os golpistas. Importante citar, como citei na
quinta-feira o Ivan Valente do PSOL, hoje cito expoentes do PMDB, exatamente
para não citar a nós, os petistas, que somos os implicados, que somos do
Partido da Presidenta. Hoje eu cito aqueles que fizeram brilhantes
intervenções, Presidente, defendendo a democracia brasileira, afirmando que
foram republicanos todos os atos da Presidenta; afirmando a expansão das políticas
para o campo, para o latifúndio, para a soberania nacional na voz de pessoas,
Ministros, que continuam íntegros, que continuam com coerência defendendo e se
opondo à retirada de direitos anunciada pelo Governo que quer assumir sem voto,
ilegitimamente, através do golpe. Então é um dia muito triste, muito grave para
a democracia brasileira, que pensamos nunca mais assistir. E nós apostamos que
a força dos movimentos sociais, a força da reação nas ruas, dos sindicatos, se
não impedir a retirada da Presidenta, impedirá, depois, que se implante no País
um regime de exceção, um Estado neoliberal, um golpismo que retira direitos.
Então, essa é a minha manifestação, que vença a democracia.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela):
O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Guilherme Socias
Villela; senhoras e senhores, não é novidade aos colegas que, nos últimos
tempos, eu tenho tomado um pouquinho do tempo das senhoras e dos senhores para
fazer, aqui desta tribuna, um desabafo, e hoje não vai ser diferente. Eu vou
embora no final do ano, mas não vou me frustrar, não vou me castrar, eu não vou
deixar de demonstrar aqui a minha indignação, porque eu não fui eleito para não
ser o que, na verdade, eu sou no meu dia a dia. Eu não vou nem citar o nome do
colega, porque vão acabar dizendo que eu vou elegê-lo de tanto que falo no nome dele. Primeiro, ele vem querer imprimir
a esta Casa ou dizer que esta Casa tem poder de determinar castração de seres
humanos que maltratam os animais; depois ele quer que esta Casa determine
prisão perpétua; depois ele quer que esta Casa, os Vereadores trabalhem
voluntariamente com gato e cachorro; depois ele quer que as escolas públicas
mantenham, no seu ambiente, animais, gatos e cachorros; enfim, e por aí vai. E
tantos outros projetos na mesma linha. Nós não temos capacidade, esta Casa não
tem, esses assuntos são de competência federal, está na Constituição, está no Código
de Processo Penal, um Vereador não pode dar aqui um atestado de incompetência
ou iludir a sociedade, porque a grande a maioria das pessoas desconhece a
competência dos Parlamentos. Esta Casa tem que se pronunciar, tem que evitar e
não pode permitir qualquer protocolo.
Agora,
o meu colega, que prezo tanto, e vou permanecer prezando, mas ele não tem
condições de legislar sobre o assunto que aqui vou falar, ele conhece muito
futebol, pelo que me consta, e o respeito, Ver. Dinho, que é do partido do
Secretário da Cultura, e preciso dizer que nesta Casa o que mais se vê é
demagogia, é do Governo e é, sim, do partido do Secretário da Cultura, mas aí
protocolam um projeto nesta Casa, querendo mudar o nome do Acampamento
Farroupilha! Mas, meu Deus, o Nico Fagundes foi meu amigo, nós convivemos, foi
meu irmão! Um homem que todos nós aprendemos a respeitar pelo seu conhecimento
e dedicação à cultura regional gaúcha. Mas o Acampamento Farroupilha é algo
separado dessas vontades de parlamentares! Não se pode querer homenagear uma
pessoa, porque o Acampamento Farroupilha é algo maior. Quando fizeram o
encontro nesta Casa, eu já havia me manifestado, e ali ele não estava e eu
reclamei, porque quem promoveu a reunião foram os membros da Secretaria da
Cultura e não convidaram o seu Vereador; e eu lá demonstrei a minha indignação.
E agora, na quinta-feira, no escurecer, esse projeto não estava previsto para
ser votado, e, com a ausência da grande maioria dos Vereadores, foi pedido para
que fosse votado, entrou num bolo, entrou na vala comum de outros projetos.
Esse é um projeto polêmico, não se pode admitir votar projetos polêmicos sem a
presença dos demais parlamentares. Não se pode dizer que um Vereador pode ter o
tamanho ou a pretensão de mudar o nome do Acampamento Farroupilha. Não se pode
querer, independente da importância de um cidadão desta Cidade ou deste Estado,
dizer que ele pode substituir o nome Acampamento Farroupilha. Lá já lhe foi
dito que fizesse dentro do Acampamento Farroupilha uma homenagem, que estabelecesse
ali uma rua, uma avenida, um equipamento do Acampamento Farroupilha – o Nico
Fagundes merece sim. Agora, não, não, não mudar o nome do Acampamento
Farroupilha. Por favor, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores! E eu espero que o
Prefeito acorde esse Secretário incompetente, que é do Governo, e o Ver. Dinho
é do seu partido, demagogo! Demagogia barata! Esta Casa tem que parar de
aceitar demagogia barata! O nome Acampamento Farroupilha é sagrado! Não foi um
Vereador que inventou, foi o sentimento do povo! Desculpe, colega.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, comunidade israelita que aí
está, destacando o meu querido Prof.º Alperin, lá da Escola Técnica da UFRGS,
que está aí. O Ver. Valter Nagelstein sempre nos proporciona essas homenagens.
Eu até nem ia falar nesse assunto em homenagem
àqueles que estão nos visitando, mas, Ver. Valter, a Ver.ª Sofia veio aqui,
como sempre, repetindo aquela vitrola engolida, dizendo “É golpe, é golpe, é
golpe”, se referindo àquela assistência ridícula de Lula e sua troupe com a
ex-Presidente Dilma fazendo um discurso patético, achando que isso é uma coisa
muito bonita, achando que a Kátia Abreu, que também era do nosso partido,
Valter, porque vai ser expulsa, para aprender também... Então, não dá para se
levar. Eu até entendo a Ver.ª Sofia, que está no desespero, porque a grande
maioria do seu partido está presa. Presa. O que ela vai dizer aqui? Eu até
fico, às vezes, sentido de ver os meus colegas do PT tentarem se explicar
dizendo que o Presidente Temer está dando um golpe. Eu quero dizer para a Ver.ª
Sofia, que deve estar escutando nos corredores ou no seu gabinete, que eu, por
exemplo, não votei na Dilma e no Temer, acho que o Ver. Valter também não, nós
votamos em outros, nós não queríamos eles desde o início, nós não queríamos o
PT. O Temer nós sabíamos que era uma pessoa boa, íntegra, mas questões
políticas justamente do Norte e Nordeste fecharam o apoio lá. O PMDB do Rio
Grande do Sul nunca se alinhou com essa gente, porque já sabia, já conhecia
esse pessoal através do mensalão, quer dizer, da roubalheira antiga. Parecem com
esses bandidos daqui, que alguns juízes estão soltando e eles voltam e matam de
novo. Tanto é que o José Dirceu, chefe intelectual do Partido dos
Trabalhadores, tinha sido preso pelo mensalão, e depois foi preso novamente por
outro roubo que ele fazia de dentro da cadeia. É uma coisa impressionante isso.
E aí eu fico estupefato quando uma Vereadora como a Sofia vem aqui tentar dizer
que, se não impedirmos o golpe, nós vamos impedir as mudanças. Mas o Partido
dos Trabalhadores sempre foi assim; não assinou a Constituição e agora disse
que estão atacando e rasgando a Constituição. Mas que Constituição, se eles
nunca assinaram? Eles nunca assumiram, eles não assumem nada daquilo que pode
fazer bem para o Brasil. Eles assumem a defesa dos bandidos, os direitos
humanos dos bandidos. Isso eles sabem defender muito bem; agora, defender
aqueles que investem, aqueles que trabalham, aqueles que pagam impostos, daí
eles acham que é pecado. E eu sei que não é pecado, é o nosso dever defender
aqueles que fazem a roda do desenvolvimento andar, que são quem investe e quem
trabalha, os dois, homens e mulheres de boa vontade deste País que querem que o
Brasil ande em paz. E nós não vamos tratá-los separadamente, eles e nós. Somos
todos nós. O Brasil é de nós todos, brasileiros pobres, ricos, médios, homens,
mulheres, todos nós temos a obrigação e vamos tentar levantar este País, mas
principalmente levantar o moral que muitos quiseram jogar na vala comum. Não.
Nós temos muita gente, a grande maioria esmagadora do povo brasileiro e até os
funcionários públicos, sim, são de boa índole, querem trabalhar, querem
desenvolver, querem se dedicar e prestar um bom serviço para a população
brasileira, que merece e que está ávida para trocar de vez esse Governo e ter
novamente a honestidade reinando no Brasil, no Estado, no Município, na nossa
casa, na nossa sociedade e em todos os lugares em que estivermos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. 1º
SECRETÁRIO (Paulo Brum): Apregoo o Ofício nº 783/16-GP (Lê.): “A Sua Excelência
o Senhor Cassio Trogildo, Presidente da Câmara Municipal. Cumprimentando-o
cordialmente, comunico a Vossa Excelência e demais Edis, conforme prevê a Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, que deverei ausentar-me do Município das
13h34min do dia 31/08/16 às 12h28min do dia 1º/09/16, ocasião em que cumprirá
Agenda em Brasília, junto ao Supremo Tribunal Federal com o Excelentíssimo
Ministro Teori Zavascki. O ônus para o Executivo Municipal será de uma passagem
aérea POA/BSB/POA (com escala em São Paulo), e a cessão de 1 (uma) diária.
Atenciosamente, Prefeito José Fortunati.”
O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente, eu queria fazer um
requerimento e quase que um apelo aos colegas Vereadores e às boas práticas que
nós temos aqui na nossa Câmara. Nós temos visitantes hoje aqui e uma homenagem
no período de Comunicações ao programa Hora Israelita, que há 70 anos está no
ar na Rádio Bandeirantes. Temos ainda o período de Grande Expediente e outros.
Eu queria requerer a V. Exas. a alteração da ordem dos trabalhos para que
passemos imediatamente para o período de Comunicações. Após retornamos à ordem
normal.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Valter Nagelstein. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
às
Hoje,
este período é destinado a assinalar o transcurso dos 70 anos do programa Hora
Israelita, nos termos do Requerimento nº 086/16, de autoria do Ver. Valter
Nagelstein.
Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Dani Laks,
Diretor do programa Hora Israelita; o Sr. Zalmir Chwartzmann, Presidente da
Federação Israelita.
O Ver. Valter Nagelstein, proponente desta
homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Guilherme Socias
Villela; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; senhoras e senhores que nos
acompanham pela TV Câmara; meu caro Dr. Laks; meus queridos Jacob Halperin,
Ghedale Saitovich, Roberto Schotkis, Márcio Lapchik;
estimado Presidente Dr. Zalmir Chwartzmann; senhoras e senhores que acorrem a
nossa Sessão e nos prestigiam com as suas presenças; quero agradecer a
Professora Márcia Siegal, que vem representante Secretaria Municipal da
Educação, onde é encarregada de efetivar e levar a cabo a Lei Municipal que
instituiu o ensino da Shoah,
holocausto, nas nossas escolas municipais; minha querida Ver.ª Mônica Leal,
amiga, parceira de tantas questões, especialmente desta que diz respeito à
defesa dos valores democráticos, dos valores humanistas representados pela
comunidade judaica, que compõe uma das tantas etnias que formou essa miríade
maravilhosa que compõe o Estado do Rio Grande do Sul.
Srs.
Vereadores, no ano de 1946, quando as cruéis realidades da 2ª Guerra Mundial
ainda estavam sendo absorvidas pela humanidade, estarrecida pelos horrores do
holocausto nazi-fascista de 6 milhões de judeus, entre outras minorias
brutalmente exterminados, um grupo de jovens judeus gaúchos, em sua maioria
acadêmicos e profissionais liberais, sentiu a necessidade de que seus anseios
judaico-sionistas fossem expostos à ampla sociedade como um clamor, visando à
conscientização geral da imperiosa urgência para o reparo pela sociedade
mundial de uma histórica injustiça para com o povo judeu, que só poderia ser
redimida com a breve reinstalação de uma pátria israelense em sua bíblica e
histórica terra.
No
decorrer dos anos seguintes, tanto as comunidades judaicas quanto a grande
sociedade gaúcha se acostumaram a ouvir, todos os domingos, os acordes do
Hatikvá, que é o Hino Nacional de Israel, anunciando o programa Hora Israelita,
com mensagens de cultura, tradição, costumes, história, efemérides
comunitárias, bem como informações de interesse geral, meu caro Líder, Ver.
Idenir Cecchim, também amigo de todos os momentos dessa comunidade, meu caro
colega, Ver. Mendes Ribeiro, da mesma forma. No decurso da sua existência, a
Hora Israelita teve uma marcante atuação no cenário radiofônico, como a
transmissão ao vivo do pronunciamento do delegado brasileiro que presidia a
Assembleia Geral das Nações Unidas, o gaúcho Osvaldo Aranha, em 29 de novembro
de 1947, quando proclamou a histórica decisão da ONU, reconhecendo o pleno
direito do povo judeu a uma pátria soberana na Terra Santa, por deliberação
majoritária internacional, resultando na consequente reinstalação do Território
de Israel a partir da partilha da Palestina.
Registrou
a palavra também de David Bem Gurion, em 14 de maio de 1948, proclamando a
instalação formal do Estado de Israel na ancestral Terra Bíblica, bem como o
discurso de posse do primeiro Presidente Chaim Weizman. Na sequência,
vários dos mais importantes estadistas israelenses que os sucederam foram
ouvidos nas audições da Hora Israelita.
Os
acontecimentos mais significativos do judaísmo mundial e do Estado de Israel
têm sido objeto de criteriosa divulgação. Os avanços científicos desenvolvidos
em Israel, de interesse da humanidade como um todo, são sistematicamente
informados na programação ordinária, incluindo as áreas de pesquisa pura, de
tecnologia, de nanotecnologia, de comunicação, de medicina, de doenças
infectocontagiosas, no combate ao câncer, de medicamentos, na matemática, na
aviônica – só para lembrar, na aviônica, que a maior contribuinte de ISS de
Porto Alegre é uma empresa israelense que está aqui, a Elbit Systems –, na
psicologia – para lembrar que Freud, pai da nossa psicologia, como tantos
outros, era judeu –, nas ciências exatas, na engenharia – para lembrar que
Albert Sabin, que desenvolveu a vacina, doou ainda todos os royalties dessa vacina para que fossem
distribuídos para a pesquisa e para a caridade, também era judeu. Ver. Tarciso,
o Estado de Israel foi à Etiópia e identificou os negros judeus, descendentes
da rainha de Sabá e do rei Salomão, e os trouxe para Israel, eles estavam sendo
massacrados. Então, Israel é um país plural, lá tem negros, tem brancos, tem
sefarditas, tem asquenazitas; tem pesquisa, tem democracia, 25% da população é
árabe; tem um parlamento, meus caros Vereadores João Bosco e Cleiton, com
representação árabe. Tudo isso está naquele pequeno pedaço de terra que
representa, aqui para nós, brasileiros – para ter uma referência –, a metade do
Estado de Sergipe. Um país que tem a metade do território de Sergipe, que tem 7
milhões de habitantes, que está cercado por mais de 200 milhões de árabes,
resiste, produz tecnologia, produz conhecimento, Ver. Márcio Bins Ely, e
floresce como a sabra – a flor do cacto que floresce no deserto. Os avanços,
portanto, são todos esses: nas ciências sociais, na segurança pública, em
diversas áreas a contribuição israelense é mundialmente reconhecida, inclusive
significativas outorgas de reconhecimento a cientistas, dentre eles vários
Prêmios Nobel. Eu fico pensando, Israel tem mais de 50 Prêmios Nobel, que bom
que nós nos espelhássemos nesses bons exemplos, porque nós somos um País
composto por japoneses, judeus, brancos, negros, árabes, temos 250 milhões de
habitantes e ainda não conseguimos alcançar um Prêmio Nobel. Temos que nos
espelhar nesses bons exemplos.
A Hora Israelita mantém correspondentes
permanentes em Nova Iorque, em Jerusalém, em Tel Aviv, em Petah Tikva, no Rio
de Janeiro e em Curitiba, que oferecem, todos os domingos, aplaudidos
comentários on-line, bem como
divulgam importantes informes sobre os avanços científicos e culturais desenvolvidos
na Universidade Hebraica de Jerusalém e em outros centros de pesquisa em
Israel, como Haifa. Os segmentos noticiosos são abastecidos com informações dos
correspondentes, de agências internacionais e de jornais israelenses,
permanentemente conectados via Internet. Atualmente, são operacionalizados os
seguintes segmentos: comentário político internacional, crônica da atualidade
judaica, fatos comunitários, cultura judaica, entrevistas, resumo noticioso da
semana, manchetes do dia, avanços da tecnologia israelense para a humanidade,
perfil da herança cultural e religiosa judaica, informações sobre entidades
judaicas, culinária judaica, hebraico para iniciantes e repertório musical
hebraico – yiddish e sefaradi.
Sr. Presidente, senhoras e senhores, nesse
contexto, a Hora Israelita granjeou progressivamente a credibilidade e a
simpatia de uma fiel audiência de dezenas de milhares de ouvintes, entre eles,
o que muito nos honra, também grande parte da nossa comunidade evangélica e
católica do Rio Grande do Sul, tendo alcançado expressivos índices de
audiência, periodicamente aferidos por entidades de pesquisa, classificando-se
em segundo lugar em audiência no Estado do Rio Grande do Sul, em sua faixa e em
seu horário.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, em primeiro lugar, peço escusas a V. Exa. por interromper
o seu belo pronunciamento, mas eu não poderia deixar de apresentar uma
manifestação pessoal e partidária relativamente a essa homenagem que V. Exa.,
em boa hora, realiza e traz aqui, para nossa alegria, o diretor do programa
Hora Israelita, Dani Laks, e o meu querido amigo e presidente da Federação
Israelita, Zalmir Chwartzmann. Realmente as coisas do povo judeu se interligam,
e o surgimento da Hora Israelita, há 70 anos, é a prova incondicionável de que
madrugou cedo a comunidade judaica no sentido de ter um meio de comunicação
adequado entre si e com a sociedade em geral. Então, quando V. Exa. descreve
com muita propriedade essas características do Estado de Israel no dia de hoje,
nós sabemos que, ao lado disso, existem algumas atividades da comunidade, entre
as quais a Hora Israelita, que foram fundamentais para que esse estado de coisa
se consolidasse lá no Oriente Médio.
Então,
Ver. Valter, V. Exa., que é um dos mais diligentes integrantes da comunidade
judaica, receba, ao mesmo tempo, o nosso abraço solidário, o nosso apoio
irrestrito pela homenagem e, sobretudo, a convicção de que uma comunidade que
tem um porta-voz da sua estirpe jamais fenecerá. Essa é uma coisa que eu tenho
absoluta certeza que se realizará. Um abraço e meus cumprimentos.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Valter Nagelstein, a Ver.ª Lourdes passou seu tempo de
Comunicação a mim, e eu quero lhe passar esse tempo para que V. Exa. continue
falando sobre a Hora Israelita, esse programa importante. Nós temos A Voz do
Brasil, e V.Exa. está trazendo hoje aqui a voz israelita como um porta-voz
competente que V. Exa. é. Eu não sei se o senhor já havia nascido em 1972, mas,
naquele ano, eu tive aula com um grande patrício seu, que é o Professor Jacó
Perin, na Escola Técnica da UFRGS, e eu vejo que ele não envelhece, ele só
aprende mais e repassa a sabedoria que tem. Eu tive a oportunidade – V. Exa.,
sempre generoso, me deu esse crédito – de ter ido a Haifa, conseguindo fazer
com que a Elbit Systems, através da aeroeletrônica ficasse aqui em Porto
Alegre. Quando voltei, a Hora Israelita me convidou para explanar, esclarecer e
contar o que eu vi lá no Estado de Israel. Então eu fico muito feliz que V.
Exa. faça esta homenagem a quem merece: Dani Laks e Zalmir Chwartzmann, meu
amigo que preside tão bem a Federação Israelita do Rio Grande do Sul.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito obrigado, Ver. Idenir Cecchim, pela
sua manifestação.
O Sr. Dr.
Goulart: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, gostaria que me
permitisse fazer uma saudação muito especial ao Valtinho Nagelstein por
apresentar este momento. Eu já tinha me dado conta também, Valtinho, de quantas
vezes o Prêmio Nobel foi dado a um israelita. Outros campos do conhecimento
humano, do desenvolvimento humano, da filosofia humana são defendidos
garbosamente e inteligentemente por alguém israelita. Também quero saudar,
neste momento, o Presidente da Federação, o nosso amigo particular e querido
Zalmir Chwartzmann. Quero cumprimentar também o Dani Laks, da Hora Israelita, e
dizer que me lembro muito de ter escutado sobre o que estava acontecendo pelo
mundo, nos domingos de manhã, através dessa rádio, e lembro que tinha um speaker que falava de maneira muito inteligente, sobrenome Saitovitch, que
ali está – receba o meu abraço e a minha saudação.
Quero
lembrar que é um momento especial aqui, neste plenário, porque, como muito bem
sabe o Valtinho, eu estudei no Israelita no primeiro ano primário – a
Professora Marion foi a minha alfabetizadora. E estava me lembrando, ainda há
poucos dias, de quando morreu Getúlio Vargas, quando pararam todos os bondes e
os ônibus, e nós viemos a pé, eu, a Professora Marion, o seu filho Moacir
Porciúncula e o Davi, que é escritor e trabalhava com a gente. Viemos pela rua
nos cuidando dos ataques e dos quebra-quebras até a Rua João Guimarães, onde
nós morávamos.
Outro
motivo de muita satisfação é ter encontrado aqui o Márcio Chanin, de quem eu
fiz o parto há alguns anos. A irmãzinha dele, Vivian, que não está aqui, mora
em Israel, neste momento também me deu a honra de fazer o seu parto. Por que é
especial? Porque nunca é tão importante para um ginecologista, para um
cirurgião, para
um médico atender a um outro médico, é uma forma de homenagem para um
cirurgião. Fazer o parto das filhas do seu anestesista, é o maior orgulho,
porque ele está conosco no dia a dia e sabe se a gente merece ou não trazer ao
mundo seus filhos e operar sua mulher. Foi o que aconteceu comigo. Fico muito
feliz de ver aqui o Márcio, a Vivian está em Israel. Quero mandar um abraço
especial para o Nélson Chanin, grande anestesista, pode ser colocado no rol dos
Prêmios Nobel. Excelente anestesista, sem nunca um acidente nesses 40 anos de
anestesia na minha equipe e para a Regina, minha querida paciente, mãe deles
todos. Minha saudação a este belo momento, nessa crise mundial, V. Exa.
relembra uma comunidade excelente, inteligente e ordeira, no meio desse Oriente
Médio tão conflagrado como está. Parabéns, Valter Nagelstein, e a todos os
israelitas que estão aqui o meu beijo.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Obrigado, meu querido amigo Goulart.
O Sr. Tarciso
Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero
cumprimentar o diretor do programa Hora Israelita, Sr. Dani Laks; o Sr. Zalmir
Chwartzmann, Presidente da Federação Israelita; e, em especial, o Ver. Valter
Nagelstein; fiquei prestando atenção na sua fala, e que maravilha o que fizeram
não só pelo Brasil, mas pelo mundo. Parabéns, porque é disso que o mundo
precisa, igualdade, descobertas para o ser humano. Obrigado.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Obrigado, Ver. Tarciso.
O Sr. Márcio
Bins Ely:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Acho que, quando a Câmara, através da sua iniciativa,
Ver. Valter, inteligente e oportuna, faz um reconhecimento ao programa Hora
Israelita, de certa forma a Cidade se manifesta nessa homenagem, nesse
registro, porque quando fala a Câmara Municipal, fala a Cidade. Então, eu queria cumprimentar o Valter
Nagelstein, meu amigo; convivi com o teu pai no Partido, teu irmão foi meu
colega de faculdade.
Eu
quero dizer que a história da comunidade Judaica se confunde um pouco com a
história da nossa Cidade. Eu tenho muitos amigos especialmente na área da
construção civil, por ser corretor de imóveis, e porque existem muitos construtores
comprometidos com a geração de emprego e renda, com a organização, qualificação
de espaços urbanos e coletivos da Cidade, enfim. E a gente sabe que existem
também outras dimensões, como foi trazido aqui pelo Ver. Nagelstein, essa
questão dos prêmios nobres que foram, através do povo de Israel, conquistados
por suas excelências em determinadas situações.
O
Vereador sabe que a gente tem viajado bastante, hoje eu sou Secretário de
Relações Internacionais, da Direção Nacional do meu partido, desde 2005,
respondo pela Secretaria de Relações Internacionais Adjunta, e este ano eu tive
a oportunidade de dar um pulo em Angola. E casualmente, o partido que hoje
administra o País tem hoje uma vinculação com a Internacional Socialista, e
altos dirigentes de escalão do país, a gente teve a oportunidade de conversar
com eles, e me disseram que quem terminou a guerra de Angola foi a ajuda e a
tecnologia do povo de Israel. Então, para vocês verem como existe uma
abrangência muito grande num universo de uma prospecção mundial. Falou aqui o
Vereador sobre a comunidade que vive nos Estados Unidos e na Europa, enfim, mas
existe uma dimensão muito grande, e a humanidade deve muito ao povo de Israel.
Então, que bom que aqui na Câmara a gente também pode, através dessa homenagem
ao programa Hora Israelita, fazer aqui, aos seus 70 anos, também uma menção a
tudo isso que representa o povo de Israel para a humanidade de um modo em
geral. Fica o nosso registro aqui e o nosso reconhecimento em nome da Bancada
do PDT. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. Valter
Nagelstein prossegue a sua manifestação em Comunicações, por cedência da Ver.ª
Lourdes Sprenger.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito obrigado, Ver. Márcio. Para
encaminharmos aqui a conclusão nesses cinco minutos, que eu agradeço muito à
Bancada a cessão desse tempo. Só algumas curiosidades a propósito do que disse
o Ver. Márcio Bins Ely, meu caro Diretor Luis Afonso, que foi a Israel e voltou
encantado, a partir daquilo que viu com seus olhos, consciente das maravilhas
que foram feitas, da democracia, do desenvolvimento que se estabeleceu naquele
pedaço, como disseram aqui alguns colegas, tão tumultuado do nosso planeta, mas
Israel, de fato, representa uma luz. Nós dizemos que Israel é uma vela para o
mundo, e isso, de fato, cada vez mais tem se apresentado.
Agora,
nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, foi o satélite israelense emprestado, cedido
por Israel, que garantiu que tivéssemos as olimpíadas com a segurança que,
graças a Deus, tivemos todos. E tantas outras questões que podemos falar e que
a Hora Israelita tem sido uma intérprete, uma grande amplificadora dessas
questões e valores. Na polícia operacional, nas questão de segurança pública,
no software de vídeo analítico, em
tudo isso, sabemos da importância. Para a própria defesa nacional do Brasil,
hoje, foi a empresa AEL que desenvolveu um sistema de giroscópio que permite,
por exemplo, se os Estados Unidos da América, que dominam a Internet, quisessem
tirar o Brasil da Internet, que os aviões da força aérea brasileira pudessem
navegar por giroscópio graças a essa tecnologia que Israel cedeu ao Brasil. Nos
aviões da força aérea, que foram comprados da Suécia agora, em parceria com a
Embraer, grande parte da tecnologia embarcada ou a aviônica desses aviões
também é israelense. Então, há um estreitamento muito grande, uma parceria
estratégica muito grande. E a Hora Israelita se encarrega disso, de levar a boa
nova, de espalhar essas questões. Ver. Nedel, eu que estive três vezes em
Israel, fui na igreja do Santo Sepulcro, fui na igreja da Natividade, fui no
Monte das Oliveiras, fui no Santuário de São Jorge de Comoso, que fica no
deserto da Judeia, que durante muito tempo foi atacado pela intolerância e
teve, pelo Estado de Israel, garantido o seu retorno. É uma edificação
belíssima, embaixo de uma fenda, num precipício, num penhasco, um santuário
católico garantido pelo Estado de Israel e por aquilo que Israel garante, que é
a possibilidade de todos professarem a sua fé. Eu desci das Colinas de Golan de
carro, passando pelo Mar da Galileia, e, de repente, vi um carro parando, as
pessoas colocarem seus tapetes no chão e orarem direcionadas à Meca. Quem eram
essas pessoas? Obviamente eram islamitas, árabes, de tantas e tantas cidades e
aldeias que estão lá. Se nós formos olhar os drusos, etnia de Israel; se formos
olhar os beduínos, que convivem e são protegidos também por Israel; as diversas
manifestações e correntes, sejam da igreja católica ou de outras tantas, têm o
direito de professar sua fé garantido pelo Estado de Israel. Então, Israel
representa, sem dúvida nenhuma, para além do que alguns querem dizer que não, e
eu lamento muito e preciso nominar que eu gostaria que isso não fosse assim,
mas o nosso Partido Socialismo e Liberdade, o nosso Partido dos Trabalhadores,
o Partido Comunista Brasileiro sempre atacam Israel e dizem que Israel é um
ocupante. Nós
precisamos refutar, Sr. Presidente, esse argumento. Israel não é ocupante de
nada, Israel está na sua terra, está há cinco mil anos na sua terra! O que a
ONU disse, naquele momento, foi sobre a partilha da Palestina. É o que nós
desejamos: que o povo palestino tenha a sua terra, o seu destino, e que os
povos árabes possam conviver. Quiçá essa seja a maior notícia que nós esperamos
que o Hora Israelita dê. É a maior notícia que todos nós, movidos pela paz e
pelo sentimento de justiça, queremos celebrar, a notícia de que foi celebrada,
entre os palestinos e os israelenses, a paz duradoura; que ambos possam
compartilhar aquela terra tão desejada, aquela terra que trouxe para a
humanidade revelações, como os Dez Mandamentos; aquela terra que trouxe para a
humanidade Jesus Cristo, que divide a história e cria a religião católica e
todas as vertentes do cristianismo; que todos nós, que somos filhos de um Deus
único, professamos o mesmo ideário; que comungamos do Antigo Testamento ou os
cristãos, do Novo Testamento. Enfim, tudo isso que representa Israel para a
humanidade a Hora Israelita tem a nobre missão de levar adiante e compartilhar
com a coletividade do Rio Grande do Sul.
É por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
meu caro Presidente da Federação Israelita, meu caro Dr. Dani Laks, que, com
muita honra, tenho certeza que este Legislativo de Porto Alegre, em nome do 1,5
milhão habitantes da nossa Cidade, se enche de júbilo e de alegria para
celebrar os 70 anos do Hora Israelita e para desejar que se reproduzam muitas e
muitas vezes; que nós possamos, em breve, noticiar esta paz e que a humanidade
possa caminhar no sentido da harmonia entre os homens e as nações. Muito
obrigado a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Convidamos o Ver. Valter Nagelstein,
proponente desta homenagem, a fazer a entrega do Diploma em homenagem aos 70
anos do programa Hora Israelita ao Sr. Dani Laks.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Quero falar, aqui, também, em nome da nossa Vereadora Mônica Leal,
jornalista, casada com Markusons, que é israelita, para saudar os 70 anos da
Hora Israelita. Este programa vai ao ar aos domingos, das 8h às 10h, na Rádio
Bandeirantes. Começou exatamente quando eu tinha quatro anos de existência, e
quero dizer duas coisas, em nome da Ver.ª Mônica Leal, que não está no
exercício do seu mandato, mas que tem a sua bancada nesta Casa muito ligada à
colônia israelita, primeiro, agradecer à colônia israelita em Porto Alegre, por
trazer o desenvolvimento para esta Cidade, para este Município há tantos anos;
vem trazendo o progresso e uma elevada contribuição nas áreas econômica,
social, cultural, educacional e religiosa, sim. Nós temos belos exemplos,
Zalmir. Tu és um belo exemplo pelo trabalho que realizas no Sinduscon, há
tantos anos lutando pela construção de uma nova Cidade – isso é importante. E
tantos exemplos que temos, como o presidente da nossa Associações de Hotéis,
Bares e Restaurantes, que é um israelita. Mas queria dar um testemunho do que
vivi. Fui conselheiro do Asilo Padre Cacique. Há um bom tempo este Asilo estava
praticamente quebrado, e um israelita assumiu a presidência, Dr. Gildo Milman,
e fez um trabalho espetacular, grandioso. E o detalhe, Ver. João Bosco Vaz: uma
entidade católica, dirigida por um israelita. E ele desenvolveu, deu os
melhores anos da sua vida para o crescimento desse asilo, que tantos benefícios
traz à comunidade. Este é um exemplo que quero deixar muito claro aqui e
agradecer a toda colônia israelita, aqui de Porto Alegre, o progresso.
Eu
estive somente por dois dias em Israel; fui como turista, não como peregrino
como eu gostaria. Como católico que sou, gostaria de visitar por mais tempo
essa grande história do cristianismo sediada em Israel. Estive em Jerusalém e
em outras cidades e fiquei impressionado com a oração dos judeus no templo.
Olha, a gente viu lá realmente guardiões do nosso templo, as pessoas orando
horas e horas e horas no templo, lá, realmente guardando aquelas relíquias
históricas da nossa religião cristã.
Então,
quero transmitir, em nome da Ver.ª Mônica Leal, os cumprimentos para o Dani Laks, que é um dos coordenadores; também
ao Sr. Roberto Schotkis e ao Sr. Jacob Halperin pelo seu trabalho em
divulgação. E a Ver.ª Mônica Leal é especialista em Comunicação, então,
realmente ela precisava falar aqui para agradecer, para enaltecer e dizer: mais
uma vida eterna de Hora Israelita para comunicar esses benefícios, essas ações
solidárias que a comunidade judaica faz aqui em Porto Alegre. Muito obrigado e
parabéns a todos. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Sr. Dani
Laks, Diretor do programa Hora Israelita, está com a palavra.
O SR. DANI
LAKS:
Ilustríssimo Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Guilherme
Social Villela; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; Ilustríssimo Vereador e
amigo, Valter Nagelstein; Sr. Cidio Halperin, Presidente do Conselho Israelita
Porto Alegrense; Sr. Zalmir Chwartzmann, Presidente da Federação Israelita;
amigos, Ver.ª Mônica Leal, familiares presentes; em nome da Hora Israelita e de
seus diretores presentes, Jacob Halperin, Ghedale Saitovitch, Roberto Schotkis,
Márcio Chanin e de nossos representantes, Fábio Rosenfeld em Curitiba, Herman
Glanz no Rio de Janeiro, Nelson Burd em Israel e Deborah Srour nos Estados
Unidos, agradeço a menção nesta honrosa Casa.
A Hora Israelita completa 70 anos transmitindo,
sempre ao vivo, atualmente pela Rádio Bandeirantes AM/FM nos domingos de manhã.
Conhecida carinhosamente pelos mais velhos como a Hora Ídisch, a Hora Israelita
é um programa dinâmico e que tem opinião, cujo objetivo é levar ao público
judeu ou não judeu informações a respeito da cultura e da tradição judaica, bem
como atualidades relevantes da comunidade judaica local, mundial e do único
país judaico no mundo, Israel. E o programa tem história. Como bem lembrou o
Ver. Valter Nagelstein, em 29 de novembro de 1947, realizou a transmissão, ao
vivo, da Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida então pelo gaúcho
Osvaldo Aranha, na histórica decisão de reconhecer mundialmente o direito do
povo judeu a sua terra. Em maio de 1948, a Hora Israelita colocou no ar as
palavras de Ben-Gurion, proclamando a instalação formal do Estado de Israel na
sua terra bíblica. Já no século XXI foi furo jornalístico ao comunicar em tempo
real a prisão de Saddam Hussein, através de seu correspondente em Israel, o
saudoso Paulo Gerchman.
Em
2015, a Hora Israelita fez sua primeira transmissão em FM, qualificando o som
dos locutores, bem como das músicas israelitas que estão presentes em todos os
programas, músicas tradicionais do cancioneiro judaico e também as atuais que
tocam nas mais modernas rádios israelenses. Além disso, com a Internet, a Rádio
Bandeirantes, querida parceira, tem levado a Hora Israelita para o mundo todo,
e ouvintes dos quatro cantos do planeta entram em contato e mandam o seu
recado. Facebook, Twitter, WhatsApp e a nossa homepage – agora em fase de atualização – fazem parte dos meios de comunicação
com o fiel ouvinte. As entidades comunitárias Wizo e Na’amat Pioneiras, de
Porto Alegre têm suas atividades divulgadas, e a presença dos rabinos e líderes
religiosos das sinagogas de Porto Alegre é frequente em nosso programa, sempre
prestando um serviço informativo de importância para os ouvintes de todas as
religiões.
A Hora Israelita é um programa brasileiro, e,
por isso, estamos em consonância com a diversidade cultural e política que
amparam os direitos de todo cidadão de Israel, independente de seu credo,
religião, raça, gênero e opção sexual. Nossa missão é nos manter acima da média
e acima da mídia, contrapondo a vertente mundial de uma propaganda tendenciosa
que divulga mentiras infundadas a respeito da pátria israelense. A Hora Israelita
ressalta os feitos de Israel para o bem da humanidade. Os avanços na ciência,
na medicina, na agricultura e na tecnologia são sempre mencionados. Os Prêmios
Nobel, obtidos por cientistas israelenses e judeus, bem como a atuação do
Exército de Defesa de Israel, sem sombra de dúvida, um dos mais eticamente
correto do mundo, têm lugar na programação. A Hora Israelita põe o foco aonde o
mundo parece ter perdido a razão.
Neste
exato momento, verdadeiros massacres estão ocorrendo no Sudão, na Ruanda, no
Camboja, na Síria. Desde o Holocausto – Shoah
–, desde o nunca mais, milhões estão sendo expostos ao genocídio porque o mundo
está focado de maneira obsessiva em condenar Israel, e por isso é dever da Hora
Israelita pontuar tamanha distorção. O povo judeu esperou por mais de dois mil
anos o retorno à sua pátria, sem nunca perder a esperança. Hoje o povo judeu
continua esperando, sem perder a esperança de que, em algum momento, a paz
possa ser alcançada com os seus vizinhos do Oriente Médio.
Nesse
dia, a Hora Israelita estará, possivelmente, transmitindo ao vivo e iniciando
uma nova fase da sua existência, quando não falaremos mais de guerra, mas
somente de paz. Aliás, em hebraico, paz se diz shalom,
que também significa oi e tchau. E é dizendo cordialmente shalom que a Hora Israelita costuma finalizar o seu programa há 70
anos. E é assim que finalizo também, desejando uma semana abençoada,
cordialmente shalom a todos e muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela):
O Sr. Zalmir
Chwartzmann, Presidente da Federação Israelita, está com a palavra.
O SR. ZALMIR CHWARTZMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver.
Valter Nagelstein, cumprimentos pela oportuna homenagem aqui realizada; Ver.ª
Mônica, se me permite, de forma pessoal e carinhosa, um abraço pelo momento
triste e duro, mas seguimos e caminhamos. Creio que, depois de tudo aquilo que
foi dito neste ambiente, pouco ficaria, Sr. Presidente, a ser dito, tantas
foram as homenagens aqui para esta organização que, há 70 anos, defende os
princípios, os valores, a cultura e a existência do Estado de Israel, de forma
clara, de forma transparente, sem preconceitos, mas de forma absolutamente
firme. Talvez, meu caro Ver. Valter, tenha o senhor cometido um pequeno erro, que
agora terei oportunidade de remediar. O que não foi dito, Dr. Jacob Halperin,
Dr. Ghedale,, em nome dos quais eu saúdo os atuais e os antigos participantes,
todos eles trabalharam e trabalham de forma voluntária. Há 70 anos, esse
programa existe, e as pessoas que trabalham lá trabalham de forma não
remunerada, porque têm a convicção de que aquilo que eles fazem é importante
não só para a comunidade judaica de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, do
Brasil, mas do mundo. E nada mais forte do que pessoas que trabalham pelos seus
princípios. Dessa forma, meus queridos amigos, eu os cumprimento e trago o
abraço da comunidade judaica do Rio Grande do Sul, homenageando-os e desejando
que nos 100 anos, se Deus quiser, estejamos juntos. E, como disse o Dani, shalom. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Dando por
finalizada a presente homenagem, agradecemos a presença de todos. Senhoras e
senhores, vou repetir o que foi dito em hebraico, shalom, acrescentando, Baruch
Hashem Adonai.
O
Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO
MARONI:
Boa tarde, Presidente Villela, boa tarde, demais Vereadores e Vereadoras que
continuam na Casa. Eu venho aqui, hoje, depois de algum tempo, para reafirmar
uma discussão que tenho escutado à distância, em alguns momentos, até próximo.
Não é por nada que eu fiz a escolha de fazer a defesa dos animais de uma forma
tão incondicional, porque eu acho que eles têm muito a ensinar a nossa espécie.
A nossa espécie, talvez, seja exatamente a que atrase o processo aqui na Terra.
Eu ouvi, Tarciso, duas ou três vezes – e isso já
vem de longa data -, questionamentos sobre questões relacionadas aos projetos
que apresento aqui na Câmara Municipal. E eu defendo o direito de cada um ter a
sua opinião e apresentar o projeto que queira. Há pessoas aqui, por exemplo,
que são defensoras de causas das quais eu penso absolutamente o contrário, mas
eu defendo que essa pessoa tenha o direito de falar, porque ela representa um
setor da sociedade. Eu vi na Internet os maiores números de calúnia e difamação
possíveis relacionados a isso, por conta de projetos que eu apresento aqui, os
quais vou continuar apresentando, que são relacionados à causa animal. E não me
interessa – e eu já tinha falado isso em outros momentos – a questão da
constitucionalidade ou não desses projetos, porque, na minha opinião, isso
aqui, além de um espaço de apresentação de projetos, é um espaço de discussões
que são importantes para fora. Quando eu defendi o Hospital Público Veterinário
24h, é porque, efetivamente, percebo isso como algo fundamental. Quando à
Delegacia dos Animais, Dr. Goulart, eu ouvi tantas pessoas dizerem que existe,
que acontece, que dá para recorrer, mas já vi milhões de pessoas ligarem para
Jesus Cristo e não conseguirem um atendimento de um animal ferido, atropelado,
estuprado. Inclusive, eu faço aqui um convite às pessoas que duvidam do que
estou fazendo, se passarem por uma situação de um animal que tenha levado um
tiro, ligarem para algum órgão que funcione relacionado a isso. E projetos de
castração, entre outros, mas os que entram mais em polêmica, com relação à
questão da coleira eletrônica, que eu ouvi, ou da clínica psiquiátrica,
efetivamente, quero dizer para vocês que fico muito tranquilo em defender esses
projetos aqui. E tem gente que diz: “Ah, mas isso é um processo midiático, é um
processo de
apresentação de projetos aqui para ir para a rua e isso gerar repercussão...”
Eu vou dizer para vocês que sim, eu concordo com isso. É um processo que vai
para a rua, até porque, na política, infelizmente, a imprensa dá pouco espaço
para projetos bons. E há muitos projetos bons, de vários Vereadores aqui, que
não aparecem na imprensa. É uma maneira de carregar uma discussão para fora,
para a sociedade refletir, como foi quando eu coloquei sobre o cemitério para
os animais e a questão da adoção obrigatória. E todos têm o direito de fazer
isso sobre o seu tema. Eu, inclusive, defendo que os políticos tenham causa e
elaborem maneiras de conseguir transcender a esfera aqui da Câmara Municipal. A
gente sabe que essa discussão é blindada. E eu quero dizer mais para vocês: por
incrível que pareça, esses projetos são os que têm a maior aceitação da
população. Por incrível que pareça, esse projeto da coleira eletrônica e o
projeto, por exemplo, da questão da prisão perpétua para estupradores de
animais se refletem de forma positiva. Eu convido vocês a irem caminhar comigo
nas ruas e perguntar se não falam desse projeto, Bosco. E sabe por que falam?
Porque, de uma maneira ou de outra, falta política pública, falta efetividade
do Estado em garantir essas situações, caso contrário não teriam essa
repercussão. Se fosse algo comum e se a sociedade estivesse satisfeita, não
teria gente a favor desses projetos. Se tivessem resolvido essas questões, não
teriam pessoas a favor desse projeto. E eu posso garantir para vocês que,
majoritariamente, eu recebo muito mais elogios por esses projetos do que
questionamentos. Porque mesmo que isso não passe na Câmara, mesmo que isso não
passe aqui e eu fique isolado, defendendo essas questões de animais, são
projetos que a sociedade vê como necessários. E gerar essa discussão é muito
importante. Tem pessoas que nem sabiam que há animais que são estuprados. Nesse
momento de campanha há muito ciúmes, vem latente a inveja humana, e eu digo que
a gente tem que aprender com os animais. Por incrível que pareça, muitas
pessoas não sabem que há animal que toma tiro em Porto Alegre, Tarciso, e esse
projeto deu visibilidade para isso. Muitas pessoas não sabem que animais são
estuprados todos os dias, não é algo incomum. Muita gente sabe que não há uma
ambulância de resgate para animais atropelados, Dr. Goulart. Um animal
atropelado em Porto Alegre fica atropelado. Eu posso garantir para o senhor que
eu salvei animais que foram atropelados há dois meses e estavam se arrastando,
cagados, infeccionados. Tu sabes, Dr. Goulart, tu tratas de ser humano, e com o
animal é a mesma coisa, o organismo é igual.
Então, esses projetos que eu trago aqui têm a intenção, sim, de gerar elaboração de
política pública e têm mais intenção ainda de gerar a sensibilidade nas pessoas
com relação à questão da causa animal. Por isso eu peço aos colegas que me
questionam... Gente, sinceramente, vocês vão perder tempo, porque não vão me
convencer a fazer o contrário, objetivamente. É como eu digo para as pessoas
que têm ciúmes ou inveja de algumas coisas de um outro: gente com ciúmes e com
inveja não tem cura, porque está dentro da pessoa. Se há uma coisa que não tem
cura é isso, porque a pessoa tem que estar disposta a se curar do próprio
ciúme.
Então
eu quero aqui reafirmar que vou manter os meus projetos. Tem uma proposta de me
tirarem da CCJ – eu vi tramitando; se me tirarem, vai ter briga maior. Se me tirarem,
eu não tenho nenhum problema em brigar com político, isso é uma coisa bem
tranquila para mim. Se tiver algum projeto encaminhado para isso, aí vai ter
bastante polêmica e bastante briga, porque eu vou, novamente, dizer aqui que eu
quero que me justifiquem que Vereador tenha tem uma proposta de me tirar da CCJ
e anular meus projetos. Eu vi, Ver. Delegado Cleiton. Eu vi, chegou em mim.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. RODRIGO MARONI: Sim, mas é uma forma branda de me
impedir! Por que a regra vai mudar no meio do jogo? Nós estamos jogando onze
contra onze; daqui a pouco “agora não, agora o gol é para cá”. Não! Se está se
fazendo gol lá, tu não podes chegar aos 38 do segundo tempo e mudar a regra. Se
é futebol, é futebol; se é vôlei é vôlei... Não dá para dizer: “agora vale com
a mão”, porque os projetos são do cara... Bosco, é isso o que está acontecendo.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. RODRIGO MARONI: Como não é? É óbvio que é por conta dos
meus projetos! Ele subiu aqui – tem nos autos da Casa – inúmeras vezes
questionando os meus projetos. É só em torno dos meus projetos.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Por favor, sem
apartes paralelos, Ver. Bosco.
O SR. RODRIGO MARONI: Eu tenho 102 projetos aqui, Bosco, e os
defendo um por um e justifico.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. RODRIGO MARONI: Não estou fazendo, nem um pouco!
Delegado, tu também tens o direito de subir aqui e fazer. Agora, se se fala, se
fala; se fala, é mídia. Aí eu te digo, Delegado: sabe qual é a minha
preocupação com os projetos do senhor? Do senhor, Bosco? Do senhor também,
Delegado? Só para finalizar: nenhuma. Sabe qual é a minha preocupação com a sua
campanha? Nenhuma. O ser humano não tem que se preocupar com os outros. Faça o
seu trabalho.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. RODRIGO MARONI: Não estou! Só que vocês questionam; agora
está de novo... Eu até avisei ao André que o Bosco ia começar a gritar. Era uma
coisa prevista.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Obrigado,
Vereador.
O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, que bom que o Ver. Rodrigo Maroni veio falar desta
tribuna, já faz dois meses que não o vejo na Casa, agora, se o senhor tem
alguma situação com algum Vereador, dirija-se ao Vereador que fez o projeto. O
Ver. Delegado Cleiton e este Vereador só estávamos lhe informando que não é
verdade o que disse aqui, que há um projeto tramitando para lhe tirar da
Comissão de Constituição e Justiça. Isso ninguém pode fazer - o senhor foi
eleito. O projeto que o Ver. Bernardino fez, responsabilidade apenas dele, não
é nossa, é dele...
(Aparte antirregimental do Ver. Rodrigo Maroni.)
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Não,
não; o senhor vem aqui se fazer de vítima em cima de nós, dizendo que nós
queremos lhe tirar da Comissão de Constituição e Justiça, o que não podemos
fazer, nem que quiséssemos - seria uma falta de respeito. Não, mudar, tem que
mudar, porque não é só o senhor que faz parte da Comissão de Constituição e
Justiça. Tem Vereadores aqui que perdem na Comissão e votam a favor. Eu por
exemplo, na minha Comissão, já pedi: não me passem projetos para relatar de companheiros
meus de partido, não me deixem desempatar votação de projeto meu. Eu tenho a
minha preocupação com a ética; agora, vir aqui dizer que há um movimento na
Casa para lhe tirar da Comissão de Constituição e Justiça! Desculpe-me,
o senhor está equivocado, o senhor tem todo o direito de apresentar todos os
projetos que o senhor quiser aqui, 102, 202, 400, 500, ninguém está preocupado
com sua campanha, com a campanha de A ou B; nós temos preocupação é com a
imagem desta Casa! E não é só o senhor. Eu já fiz projeto ruim aqui nesses anos
em que estou aqui, já fiz, fui criticado e assumi. A experiência me mostrou que
se pode andar, que se pode caminhar. Eu nunca vim aqui e nunca vi um Vereador
vir aqui nesses 16 anos em que estou aqui se fazer de vítima. Ninguém pode lhe
tirar da Comissão de Constituição e Justiça, só se senhor renunciar. Agora, se
o senhor que prega ética, que prega tudo que vem aqui, que não tem medo, que
chama o Delegado de cara, não é cara, ele é Vossa Excelência, como o senhor, é
um Vereador, é uma autoridade investida pela população nesta Casa. Então, o
senhor precisa aprender aqui a terminologia parlamentar para se dirigir a nós.
O senhor é o Ver. Maroni;
então, quando o senhor vier aqui, não generalize. O senhor pode apresentar a
proposta que o senhor quiser, a proposta que o senhor desejar, o senhor tem o
direito, mas ninguém aqui tem o direito de querer lhe tirar da Comissão de
Constituição e Justiça, como o senhor disse aqui. Isso é impossível, isso não
existe.
(Aparte
antirregimental do Ver. Rodrigo Maroni.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Por favor, Ver. Maroni, eu já solicitei na
ocasião. Ver. Maroni, quando você estava na tribuna, eu pedi a mesma coisa, que
não houvesse aparte.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Todos te chamam aqui, não sou só eu.
(Aparte
antirregimental do Ver. Rodrigo Maroni.)
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Para encerrar, então, Sr. Presidente, eu vou repetir aqui, eu vou
repetir: as pessoas que me conhecem aqui, as pessoas que estão todos os dias
aqui, as pessoas que estão presentes aqui, as pessoas que vêm participar, que
vêm trabalhar e que convivem comigo, sabem que eu nunca deixei de me posicionar
- eu voto a favor, voto contra. Há projetos apresentados pelo senhor que são
bons e que eu voto; há outros projetos, com os quais eu não sou obrigado a
concordar.
(Aparte
antirregimental do Ver. Rodrigo Maroni.)
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Só para deixar claro que não há nenhum complô nesta Casa, e nem cabe
estar falando aqui em campanha, coisa e tal... Qualquer dia vão tirar do ar a
TV; esta TV que está aqui é para outra coisa! Agora, quando vem uma pessoa
aqui, dizendo que faz projeto e confessa que é para aparecer, bom, aí está
perdido o Parlamento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. 1º SECRETÁRIO (Paulo Brum): O Ver. Cassio Trogildo solicita
Licença para Tratamento de Saúde nos dias 18 de agosto e 24 de agosto de 2016,
no período da tarde.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Dr. Goulart está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. GOULART:
Eu tenho observado
muito essa luta que o Ver. Maroni tem contra os outros Vereadores, e me causa
espécie não ser uma luta no campo das ideias, mas uma luta parece que pessoal –
o que não seria desejável neste plenário. Eu acho que ele tem o direito de
dizer todas as coisas que acha, e só quem pode cassar esse direito é a
população de Porto Alegre. Eu tenho visto que os Vereadores estão envolvidos
numa paixão, querem aproveitar as coisas que ele diz para condená-lo. Acho que
isso está completamente equivocado, daqui a pouco eu não concordo com o que o
Ver. Maroni diz, mas defenderei, até a morte, o direito dele de dizer,
entendem? Nós, que somos democratas; nós, que somos fazedores de opinião; nós,
que temos a responsabilidade de representar pessoas e ideias não temos o
direito de fazer uma cassação, uma cristianização, como está sendo feita com
esse rapaz. Eu não tenho nenhuma vontade de defender as causas que ele defende,
mas tenho que respeitar o que ele defende, o que ele diz. Nós não somos pessoas
que temos que julgar, não somos juizes, coordenadores de comportamento das
pessoas. Nós todos temos que dar as mãos e defender o direito desse moço dizer
o que ele pensa. Ele vê atrocidades acontecendo contra animais – o que é
verdade! – e aí ele não pode dizer do jeito que ele sabe dizer? Mas onde já se
viu isso? Ele não pode dizer do jeito que ele sabe dizer? Em nenhum momento ele
defendeu o direito de aparecer, ele disse que é bom que se traga a discussão
para esta Casa, porque nós precisamos ter políticas públicas que defendam minha
maneira de pensar. Então, a Câmara parece que está siderada, parece que está
começando a ficar com lado; nós não temos que ter lado nenhum, nós temos que
defender Maroni no direito que ele tem de dizer que o bem entende. Quer ficar
com vergonha? Fique para ti. Vai ficar incomodado? Fique para ti ou defenda
aqui, mas defenda com razões, com posições sérias que vão fazer o
convencimento, da tribuna, para os que vão votar; que vão fazer o convencimento
da população que vai votar. Não acho que a gente tem que cristianizar esse moço
que pensa dessa maneira. Vamos defender as nossas causas com o maior ímpeto
possível; ele defende desse jeito! Por mim, V. Exa. está completamente correto
em defender do jeito que sabe, do jeito que sabe fazer. Jamais podemos permitir
algum tipo de proibição aqui dentro desta Casa; se não vamos votar com Maroni,
é outra coisa – ou até vamos, em algum caso.
Então, Excelência, fique tranquilo, porque pelo
menos um Vereador vai defender V. Exa., porque sou um democrata e humanitário, sei que sou isso, não
concordo com o que dizeis, mas, como Voltaire disse: “[...] mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo"
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. Cassio
Trogildo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Delegado
Cleiton está com a palavra em Comunicações.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu
querido Ver. Maroni, fui procurar um assessor em seu gabinete para lhe mandar
um recado, e o amigo sabe do carinho que tenho por V. Exa. até pela questão da
juventude e até por questões de obstinação como a que o amigo tem, aquele
anseio... E eu sou um obstinado também em algumas questões. Eu levei cinco
sessões para poder colocar na cabeça dos 36 Vereadores que era importante para
a comunidade negra o feriado do 20 de novembro. Fui ao Prefeito, fui ao
Vice-Prefeito e atuei sem partido em todos os movimentos de vários partidos que
queriam esse feriado. E estavam aqui, todos os partidos unidos, questão de
obstinação, quando a gente acredita no que faz. E eu sei que o seu o intuito é
abrir os olhos das pessoas para questões pelas quais o senhor luta. É
importante isso. Só tem uma coisa, Vereador, é um conselho que lhe dou e também
gostaria de ser aconselhado quando estou errado: adaptar esse anseio, esses
projetos às questões jurídicas aqui desta Casa. E se a gente repassar aos
nossos eleitores algumas questões que não vão ser votadas aqui, porque são
questões que não fecham juridicamente. Às vezes a gente luta aqui, briga. Eu
sou um dos que discute nas Sessões legislativas sobre algumas questões, mas
existem questões que são impossíveis. Isso, para o eleitor, se o amigo
convencer o eleitor de que vai passar, de que nós vamos botar tornozeleiras, de
que nós vamos aqui votar prisão perpétua, isso nada mais é do que o antigo art.
171 do Código. O senhor está iludindo e enganando o seu eleitor. Não era nem
isso o que eu ia falar aqui em Comunicações, mas é uma questão sobre a qual,
como vem o meu nome, eu gostaria de falar e até de abrir mais espaço. Algumas causas,
para mim, são muito mais importantes.
Hoje,
eu estive lá no Palácio da Polícia. Quero dizer que está um tumulto dentro do
palácio: duas lesões, brigas entre gangues dentro das celas das delegacias – as
mesmas delegacias em que as pessoas vão registrar ocorrências –, tumulto, fugas
– hoje, houve uma fuga de madrugada –, uma guerra! Nós fomos lá para dentro do
Palácio da Polícia para tentar resolver esse grande problema. As facções estão
gritando, umas tentando agredir as outras. Tudo porque não se resolve o
problema de segurança pública deste Estado; tudo porque o Governo passado
destruiu um pavilhão do Presídio Central e não reconstruiu. A gente fala na rua
que a Polícia prende, e o Poder Judiciário solta, mas, muitas vezes, por
questões de não ter onde guardar essas pessoas. Agora, o Poder Judiciário está
decidindo – de forma errada! – ficar com os presos sem condições mínimas nas
delegacias, passando fome, dormindo no chão, com facções diferentes dentro de
uma cela de dois metros quadrados.
Então
nós temos muitas preocupações. Falta gente... Muitas vezes, a gente tem que
avaliar. A gente quer, sim, uma delegacia – é uma luta antiga! – que trabalhe
com crimes contra animais; mas é uma dificuldade, não tem gente. De 689
concursados, Vereador, o Governo abriu, agora, 220 vagas para a Polícia Civil.
Existe um fator, que parece que são sete policias por semana ou por mês, não
sei, se aposentando, porque não aguentam mais, é um estresse. Hoje, eu até
brinquei com o pessoal: pessoal, votem em mim para eu não voltar para cá,
porque a Polícia está vivendo um sistema de loucos. Aquele pessoal gritando, batendo em
cela, tentando derrubá-la, enquanto se está ali registrando um flagrante ou
atendendo um cidadão. É só por isso, Vereador. Se a gente não adaptar algumas
questões às regras, à constitucionalidade, nós estaremos enganando o eleitor. E
a culpa não é nossa. Quando eu lhe disse que jamais alguém pode votar um
projeto proibindo um Vereador ou tirando-o de algum lugar, não é verdade,
porque isso atinge a nós todos, os 36. Esse é um voto que... De repente, eu,
que estou na CUTHAB, sou o autor e não vou votar em um projeto que é meu. Se
tiver a decisão que é minha, é incoerente. Muitas vezes, voto para deixar o
projeto vir para discussão, como agora estamos discutindo. É importante que as
pessoas vejam que tem um Vereador preocupado e que seria muito bom que houvesse
castigos, penalidades, mas não podemos... Estão matando gente todo dia,
Vereador! Estão decapitando as pessoas, estão tirando pais de família de dentro
de casa! Estão matando por qualquer coisa, por um celular! Se a pessoa faz um
movimento diferente, eles matam! Que bom se eu pudesse dizer: “Pessoal, vamos
votar prisão perpétua para essa gente! Vamos meter gás nessa gente! Vamos matar
essa gente!” Ao contrário do que eu penso, tem gente que diz: “Bandido bom é
bandido morto!” São preocupações da comunidade. Aonde vamos, as pessoas cobram
isso! Quando eu falo em alguma defesa, quando falo em educação, eles dizem que
não tem que dar educação, escola integral; dizem que tem que matar essa gente!
Então temos que adaptar os projetos para que possamos, com serenidade, defender
os seus projetos.
O Sr. Rodrigo
Maroni:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Delegado Cleiton, eu já vi
nesta Casa moções aprovadas até para o Oriente Médio! Gente que faz moção a
favor, contra a Dilma, discussão sobre o Sartori, questões sobre a Hungria. E
isso pode. Inclusive, muitas são aprovadas. Eu quero ser louco; se quiserem, se
acharem que sou marqueteiro, louco, idiota, me deixem isolado, me deixem ser
louco, propagandista, demagógico, o que quiserem. Eu não estou interessado minimamente.
O SR. DELEGADO CLEITON: Não passe essa imagem para as pessoas de
que alguém está lhe deixando isolado. Já lhe dei o tempo. Se o senhor vem com
esse discurso de que está isolado aqui dentro, não é verdade, não pode
generalizar. Não é verdade. E aí nós estamos no campo das ideias também. Se eu
não concordo, eu venho aqui e falo, e o senhor vem aqui e fala também.
Então,
para encerrar, não era bem isso que eu vim aqui falar hoje, mas para deixar bem
claro que aqui todo mundo tem o direito - é a Casa do povo - de falar o que bem
entender. Mas enganar o seu eleitor, aí não. Aí é Código Penal, 171. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Obrigado,
Vereador, e congratulações pelo seu aniversário. O Ver. Engº Comassetto está
com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está
com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Jussara Cony está com
a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
Passamos
ao
O
Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Grande Expediente, por cedência
do Ver. Dinho do Grêmio.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, público que nos assiste. Eu quero dizer que não esclareço nada
aqui, eu coloco as minhas bandeiras em que eu acredito.
Em
julho de 2010, através de uma proposta minha, teve a aprovação unânime de todos
os Vereadores desta Casa, concedendo o Título Honorífico de Cidadão Emérito de
Porto Alegre ao grande ídolo, Alcindo Martha de Freitas, o maior artilheiro da
história do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, um dos maiores ídolos do País e
do mundo, porque esteve numa seleção em 1966. Eu tive a honra e o prazer de
conviver com essa pessoa, Presidente, João Bosco Vaz, Clàudio Janta, Dr.
Goulart. Nas viagens, dividíamos a concentração; eu indagava muito sobre o
Santos de Pelé, camisa 10 – que era meu ídolo e de todos nós brasileiros –,
aprendi muito com o Alcindo. Então, o Rio Grande do Sul perde um grande ídolo
que escreveu uma história linda nas páginas no livro do Grêmio; Eu,
sinceramente, perco um grande companheiro, um grande irmão, com quem convivi
muitos e muitos anos, além dos nossos familiares. Que Oxalá o ilumine e dê
todas as medalhas de ouro, porque ele merece.
Bom,
Sr. Presidente, outro assunto: vou bater de novo na minha bandeira, porque água
mole em pedra dura tanto bate até que fura - essas são as palavras certas. Os
jogos olímpicos do Rio de Janeiro mostraram ao povo brasileiro a importância do
trabalho com o esporte em projeto social. Vou voltar a bater nessa tecla, pois
é nisso em que acredito, e essa será sempre a minha luta. Não há ferramenta de
inclusão melhor do que o esporte. Sei muito bem do que estou falando, pois dos
16 anos de trabalho com projetos sociais, na comunidade de Porto Alegre,
surgiram grandes campeões. Levar uma vida com o esporte ao lado, fortalece,
cria laços afetivos, ensina a vencer e a perder, coloca a pessoa no rumo certo
e num caminho em que todas as crianças têm o direito de percorrer. O
investimento no esporte, como fator social, é muito importante para a
sociedade. Temos que encontrar formas de os nossos jovens terem o esporte como
opção profissional para a vida. A maior parte da população brasileira mora em
comunidade menos favorecida e que, muitas vezes, não possui saneamento básico
nem educação de qualidade. Diante de tantas dificuldades, o esporte desponta
com importante oportunidade para os jovens de baixa renda superarem a
desigualdade social e econômica. Nessa classe onde a renda média, por
habitante, é muito baixa o esporte atua como importante ferramenta de inclusão
social.
A falta de oportunidades leva os jovens a deixarem os estudos. Apesar disso
tudo, é baixo o número de investimentos e projetos voltados ao esporte em
comunidades de baixo poder aquisitivo. É fundamental que o Governo intensifique
atividades e projetos ligados ao esporte em comunidades mais necessitadas por
meio do redirecionamento de verbas estaduais e do Governo Federal. Assim as
novas oportunidades se abrem aos jovens da periferia, formando um ciclo de
harmonia e de crescimento no Brasil.
Quando uma criança sai das ruas das periferias
das grandes cidades brasileiras, para se transformar em atleta ou, até mesmo,
em músico, compositor ou artesão, a sociedade, em geral, se esquece de dar o
passo seguinte, necessário a sua completa inclusão social e a do restante de
sua família, que é a escola gratuita e de boa qualidade. Sem a escola gratuita
e de qualidade, a inclusão social de uma criança carente e de sua família não
se mantém no tempo. Tão logo essa criança que era carente e que foi
transformada em atleta de renome encerrar sua carreira, o que, em geral,
acontece em pouco tempo, reinicia-se o ciclo vicioso do abandono social. Se
houvesse uma educação básica de qualidade, a reversão da inclusão social não
aconteceria, porque tanto o atleta quanto os demais membros de sua família
encontrariam empregos no mercado de trabalho. É preciso que o governo, em todos
os seus níveis, se esforce para garantir a educação básica de qualidade,
voltada para o mercado para todos os brasileiros.
Só a educação básica de qualidade garante a
inclusão social permanente, por meio do acesso a empregos qualificados e bem
remunerados, disponíveis no mercado de trabalho.
A Olimpíada do Rio de Janeiro mostrou para todos
nós que há muitas pedras
preciosas que precisam ser lapidadas no Brasil. Há muitas pessoas que só
esperam por uma oportunidade para brilhar! A inclusão social, através da
educação e do esporte, é o único caminho que nos resta para sairmos dessa crise
e tirarmos muita gente da miséria no Brasil e formarmos o grande cidadão deste
País, um cidadão equilibrado. Eu, Presidente, falo neste assunto, porque saí de
uma cidade muito pequena, de uma família muito humilde, e lá na frente eu tive
pessoas que me deram a mão, que me mostraram esse caminho bonito que hoje me
faz estar aqui. Devo muito ao Rio de Janeiro, a Porto Alegre, ao Rio Grande do
Sul, por todos esses sonhos terem se transformado em realidade. Através do seio
da minha família, através dos meus pais, dos meus irmãos, que sempre marcaram a
minha vida como meus grandes ídolos, assim como o outro irmão, que faleceu, e
que jogou muito futebol – era um ídolo, era o meu ídolo. E eu procurei e
procuro até hoje acompanhar os grandes ídolos, aqueles ídolos que trazem coisas
boas para o nosso País; não só ídolos do futebol, mas políticos, médicos - em
qualquer área -, nos quais procuro me espelhar. Apesar de ter saído de uma
família muito humilde, hoje eu reconheço e rezo, todos os dias, ao dormir, para
os meus pais, porque eles me deram a coisa maior desta vida - não foi o
dinheiro -: a educação, além da humildade e do respeito, coisas que eu carrego
até hoje. Talvez nós tenhamos que ter essa herança para que todos os dias a
gente possa alcançar e pular os grandes muros, para que a gente possa matar
aquele leão todos os dias e continuar sobrevivendo, passando coisas boas para a
sociedade, para o nosso esporte, porque é muito fácil, na hora, dizer que o
Brasil ganhou poucas medalhas. Mas o que o Brasil dá em troca para ganhar
muitas medalhas? Esta é a minha batida: a educação e o esporte, assim como eu
luto com a minha bandeira de afro-descendente, a bandeira do negro. No início,
a nossa história foi contada diferente. No início, quando nos deram liberdade,
se nos tivessem dado educação, talvez a história hoje fosse outra, Presidente.
Seria outra a história do afro-descendente no Brasil e em todo o mundo. Ela é
contada muito mal; por isso eu busco o museu do negro, para que lá esteja a
história verdadeira do afro-descendente aqui no Brasil, principalmente os do
Rio Grande do Sul, com as coisas bonitas que fizeram aqui. Assim foi em Minas,
assim foi na Bahia, no Rio, em todo o Brasil! Essa é a minha bandeira, a minha
luta.
Eu
encontro pessoas amigas, que me perguntam sobre os meus projetos. Eu fiz muitos
projetos, como o kit escolar gratuito
a todas as crianças da rede municipal de ensino, um projeto dos meus sonhos, o
golaço da minha vida, posso falar assim. Se eu não continuar na Câmara de
Vereadores, pelo menos eu deixei o meu nome aqui. Então eu peço, porque eu não
vejo outro caminho. Estou batendo, estou batendo nesta tecla: a educação e o
esporte. Não vejo, Sr. Presidente, outro caminho para que o nosso País seja um
país de Primeiro Mundo. O que é o Primeiro Mundo? É um país rico, um país do
dinheiro; não, para mim, é onde os jovens têm educação, esporte e onde há respeito
entre todos, não olhando cor, raça ou credo. Esse é um país do Primeiro Mundo
para mim. Então eu só vejo esse caminho, infelizmente. Gostaria que as pessoas
começassem, não só nós aqui, mas a sociedade, os grandes empresários, a olhar
mais para o fundo. A gente sabe que a segurança e a saúde são muito
importantes, Dr. Thiago, são a pedra fundamental, mas a educação e o esporte é
que conduzem os nossos jovens a serem os grandes cidadãos de amanhã. Obrigado,
Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. Dr.
Goulart está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, primeiro queria
cumprimentar nosso querido Ver. Tarciso. É uma pena que o plenário esteja tão
vazio hoje porque foi um momento de graça parlamentar ouvirmos sua palavra de
humildade, sua preocupação com o real: a educação e o esporte. Fiquei tão
orgulhoso da sua fala que lembrei nos anos 70, quando V. Exa. jogava no América
Football Club, meu time no Rio de Janeiro. E para provar que é verdade vou
dizer a vocês a escalação do time quando foi campeão em 1960, a única vez em
que o América foi campeão: Ari, Jorge e Djalma, Amaro, Wilson Santos e Ivan,
Calazanz, Antoninho, João Carlos, Quarentinha e Nilo, foi 2 a 1 em cima do
Fluminense. Obrigado, para mostrar a vocês também que não é verdade que estou
com Alzheimer. O América foi campeão tocando 2 a 1 em cima do Fluminense,
Bosco, tu que tu estudas isso, primeiro um gol de Pinheiro de pênalti em cima
do Ari, e dois gols do América, depois, um do Nilo, que foi de falta, e outro
do Jorge, o lateral direito, foi 2 a 1 no Maracanã. Lembras disso? Tu já eras
nascido na época. E aí, em seguida, viemos para Porto Alegre, por causa do
golpe militar – aquele lá foi golpe mesmo, agora não foi. O time do América
tocou 2 a 0 no Grêmio; Tarciso era o ponta direita. Nós fomos ao aeroporto
receber o Tarciso com uma bandeira do América, onde o Tarciso assinou e depois
todos os jogadores do América assinaram para mim. Ando atrás dessa bandeira,
que alguém me tomou, me roubou, porque eu queria dar de presente ao Bosco para
ele colocar no Museu do Futebol, pelo qual ele é responsável. Há peças
interessantes lá no Museu. Essa bandeira ainda está sendo procurada na casa dos
meus parentes, dos meus amigos.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. DR. GOULART: Aí o Grêmio perdeu de 2 a 0, e para não
perder de 3, porque poderia ser desclassificado, ele apagou as luzes do
estádio. Lembra disso? Aí não houve mais partida, o jogo terminou. Logo depois,
o Grêmio o comprou, porque ele jogou muito bem, fez gol e tudo, como os times
do Rio Grande do Sul costumam fazer, fazia uma grande apresentação de um
jogador do exterior ou de um outro time, e o Grêmio e o Internacional compravam
o jogador. Foi uma sorte ter comprado o Tarciso porque ele fez milhares de gols
pelo Grêmio.
Bom,
queria lembrar aos senhores que nós estamos vivendo um momento de tristeza pela
perda do Alcindo Martha de Freitas, que foi o nosso grande goleador do Grêmio e
jogou na Seleção Brasileira e no Santos ao lado de Pelé. Que pena que morreu o
Alcindo.
Mas
eu queria falar mesmo sobre a campanha eleitoral, que momento de falácia essa
possibilidade de campanha eleitoral. Parece que não existe a campanha eleitoral
no Brasil, parece que não existe em Porto Alegre, onde nós estamos dando
testemunha disso, há um ou outro banner,
porque tudo está proibido, se vocês forem ver. Tudo está proibido! Graças a
Deus, que não tem um cavalete, graças a Deus que não tem muro, mas daí a
proibir outras coisas, Bosco, é demais. Tu vais ver o que os Deputados vão
fazer, eles vão observar esse laboratório que eles estão fazendo conosco –
verdadeiro laboratório! – e depois vão melhorar e vão votar bonitinho para a
eleição deles daqui a dois anos. Estão fazendo um laboratório conosco: não pode
isso, não pode aquilo, não pode aquilo outro. E os recursos? Alguém tem que
falar nisso? Os recursos não podem ser dados por empresas. Então, como é que um
camarada, com CPF, vai ter dinheiro para duas ou três pessoas do seu carinho como
candidato? É um horror isso, por quê? Porque o caixa dois vai continuar
acontecendo, Presidente. As pessoas que ganham dinheiro representam grupos,
representam pessoas que se interessam nos parlamentos pela presença deles e dão
dinheiro de qualquer maneira, até escondido. É uma barbaridade participar dessa
campanha desigual para quem não tem grupos que lhe financiem. Essa é uma
campanha desigual, é uma campanha antidemocrática. O Brasil quer dar exemplos
de democracia com tudo o que está acontecendo em Brasília e não presta atenção
nisso. Continuarão aqueles que ganham dinheiro, ex-Prefeito Villela, a botar
dinheiro na parada, e nós, que trabalhamos diuturnamente, por exemplo,
casualmente temos aqui exemplos disso, o Bosco Vaz, o meu querido médico, colega,
e bom médico, Thiago Duarte – que eles pensam que é meu filho: “Doutor, nós
vimos o seu filho hoje, o Dr. Thiago Duarte”, e eu não desminto. (Risos) E
vocês sabem que o caixa dois, que é o grande bandido no Brasil, vai continuar
acontecendo, está acontecendo! Eu imagino o que esteja acontecendo. E nós, que
não temos o caixa dois, vamos ficar como? Trabalhando de que jeito? Fazendo
isso: ficando até tarde no plenário para poder dar uma palavrinha no período do
Grande Expediente, indo visitar paciente por paciente em casa, indo visitar
parente por parente, por quê? Porque o dinheiro foi proibido. O que tinha que
ser proibido é o banditismo com o dinheiro, o dinheiro oculto, o dinheiro
roubado, esse que deveria ser proibido. Agora, um homem que admira o nosso
trabalho e que quer dar um dinheiro para a nossa campanha seja proibido de
fazer isso... Meus pêsames, senhores governantes de Brasília. É uma vergonha.
Vocês estão fazendo isso porque querem ver como vai ser, daqui a dois anos, a
maneira mais certa para pegar dinheiro no Brasil para fazer suas eleições.
Estamos enfrentando grandes dificuldades. Como posso abrir um consultório e
ganhar dinheiro para me sustentar, eu não preciso de dinheiro de caixa dois,
não preciso disso. Vocês podem ver as minhas contas, têm sido as mais singelas
e as mais franciscanas de todos os tempos, nas oito eleições de que participei:
duas para Deputado; cinco para Vereador; e mais essa agora. Então, é ojeriza o
que temos que ter do que estão fazendo em Brasília, mais uma vez querendo fazer
laboratório em cima de alguém: do povo, ou dos pobres dos Vereadores, que são
os primeiros da carreira.
Gostaria
de falar de outro assunto, pena que a Ver.ª Jussara Cony não está presente,
pois vou pedir toda a força do Regimento da Câmara para postergar a votação do
projeto das doulas. Neste momento, não existe interesse nosso em votarmos isso.
Essa é uma matéria muito complexa, é um problemaço, porque as doulas iriam para
os hospitais públicos – os hospitais particulares pagam como bem entendem – sem
ter vínculo empregatício. Como uma doula vai assistir num hospital público se
ela não trabalha ali por concurso? Todo trabalho que ali existir tem que ser
voluntário ou por concurso. Mas tem que ter um motivo para ser voluntário ou
tem que passar num concurso, ou seja, as pessoas têm que ter formação, elas têm
que estudar o assunto para trabalhar no serviço público. Os cursos de doulas
duram doze horas, quando um médico precisa de dez mil horas para se formar.
Como vamos, num momento infeccionado como o pré-eleitoral, votar um assunto tão
delicado como o das doulas? Eu espero que a Ver.ª Jussara Cony, minha conhecida
de muitos anos e uma democrata, retire esse projeto para que possamos
discuti-lo após as eleições. É um mau momento para discutir isso, mesmo porque
não temos razão de ter doulas nos hospitais públicos. Se os privados querem, a
eles pertence o mando. Como nós somos representantes e fiscais do Poder
Público, neste momento, é desinteressante votarmos o projeto das doulas. Vamos
ter que discutir muito isso. O Sindicato Médico está muito preocupado com isso.
Não é reserva de mercado nenhuma, porque nós fazemos seis anos de medicina e
mais dois anos de ginecologia-obstetrícia para dar um palpite sobre trabalho de
parto. Nós não podemos aceitar, nem o sindicato, nem as associações podem
aceitar
que um setor pouco formado, com pouca informação, vá fazer um trabalho paralelo
ao trabalho médico dentro da sala de parto, dentro da sala de cesariana, onde
acontecem as infecções. No pré-parto não tem infecção, mas dentro da sala de
parto e de preparo, sim, tu sabes muito bem disso, Ver. Dr. Thiago Duarte. Nós
precisamos de uma formação, Ver. Bosco Vaz. Podem ter doulas? Pode, mas com
formação técnica e científica, mas não agora, neste momento, açodadamente, em
que as opiniões podem ser afetadas pelo momento eleitoral.
Outro assunto que me chama a atenção é sobre os
projetos que são aprovados e são vetados por pela mão da Prefeitura. Ou eles
são aprovados e não são vetados pela Prefeitura, mas ficam pelos escaninhos da
Câmara sem serem aplicados. Por quê? Porque, elegantemente, quando fazemos um
projeto, nós não colocamos uma cláusula dizendo que, se ele não for cumprido
depois de tantos dias, a Prefeitura tem que pagar uma multa, o Prefeito tem que
pagar uma multa, alguém tem que ser detido, alguém tem que pagar alguma coisa.
Porque se nós simplesmente apresentamos o projeto, se for aprovado e não
funcionar, nós não temos ferramentas para fazê-lo funcionar. Estou vendo o Ver.
Janta ali e já me lembro de um. O Janta aprovou, com a defesa de quase todos os
Vereadores, e com a minha defesa contumaz, os postos 24 horas. Maravilha,
tomara que isso vá adiante. Nós temos que te proteger, nos próximos meses, para
que isso seja lei, para que isso aconteça, porque eu fiz um projeto muito
parecido com o do Ver. Janta, para um posto 24 horas em cada ponto cardeal da
Cidade, que foi aprovado nesta Casa, mas jamais aconteceu - nenhum Prefeito fez
acontecer isso. Cuidado, pode acontecer com seu excelente projeto. Eu fiz um projeto
nesta Casa, há uns oito ou dez anos, para que o turno de saúde, em algumas
instâncias, acontecesse das 22h até a meia-noite, ou até às 22h. Por quê?
Porque nós não temos consulta para ginecologista especializado, pediatra
especializado, urologista. Então, eu fiz um projeto que colocava, em alguns
postos de saúde, um urologista, um ginecologista, um pediatra, um pré-natalista
e um clínico-geral, para que nós tivéssemos um conforto no tratamento,
principalmente
das mulheres que vêm da rua, do seu terceiro ou quarto turno de trabalho. Foi
aprovado, foi vetado, foi derrubado o veto aqui nesta Casa e nunca se
concretizou. Nós temos que socorrer os bons projetos que o Ver. Janta fez nesta
Casa.
O Sr. Clàudio
Janta: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Dr. Goulart. No
projeto dos postos de saúde, aprovado por 30 membros desta Casa, nós alteramos
a Lei Orgânica do Município. Então, o futuro Prefeito que vier a governar a
Cidade, seja qual for dos nove que estão disputando a Prefeitura, terá que,
gradativamente, cumprir essa alteração na Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre. E os futuros 36 membros desta Casa estarão aqui para auxiliar no
cumprimento da alteração da Lei Orgânica do Município.
O SR. DR.
GOULART: Quero
cumprimentá-lo pela inteligência de ter apresentado esse projeto, porque se não
tivesse uma multa não aconteceria nada; V. Exa. fez um ardil inteligente: mexer
na Lei Orgânica. A mesma coisa eu espero para a Zona Rural. Na Zona Rural, eu
consegui aprovar, com os senhores aqui, mas mexendo no Plano Diretor. Foi um
adendo, uma transformação no Plano Diretor. Então o futuro Prefeito será
obrigado a fazer isso, porque se tu deixares pela elegância, as coisas não
acontecem.
Queria agradecer ao Socias Villela que me deixou
falar sobre tantos assuntos aqui. E que bom que a gente tem um momento de 15
minutos para falar sobre as coisas que nos incomodam ou nos agradam, de um modo
de vista parlamentar. Obrigado, um beijo para todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO: Presidente,
é uma satisfação estar falando para uma plateia tão seleta. O Presidente foi
nosso Prefeito por quase uma década, fez grandes mudanças na nossa cidade de
Porto Alegre; o Bosco, com toda a sua ação social vinculada ao esporte; o
Cecchim, pai do
camelódromo, o primeiro da Cidade; o Dr. Goulart, o homem do DEMHAB, que deu
uma mudada no DEMHAB, distribuiu 3 mil casas nesta Cidade; o Janta, um
reconhecido líder sindical, com seu projeto dos postos 24 horas vai mudar o
panorama desta Cidade na área da saúde; e o Delegado Cleiton, que trabalha
muito bem a questão da consciência negra com o seu projeto, polêmico, mas foi
aprovado por esta Casa.
O meu primeiro assunto – pena que o Tarciso não
está aí, que é um outro espelho desta área – é o falecimento do Alcindo no dia
de ontem. O Bosco brinca, mas o Alcindo foi o meu treinador no futebol. O
Tarciso foi treinador do meu irmão. Depois que o Alcindo foi para outras
searas, o Tarciso ocupou aquele espaço, inicialmente, no Tristezense Foot-Ball
Club; depois, num campo que tem acima, que o Bosco teve oportunidade, como
Secretário, de reformular. O Tarciso e o Alcindo deram aula de futebol naquela região.
(Aparte antirregimental.)
O SR. DR.
THIAGO:
Eu não aprendi nada de futebol, de como bater na bola, mas aprendi muitas
lições com o Alcindo, que era uma pessoa fantástica.
Quero também falar um pouco do que foi dito aqui
pelo Goulart, um professor na área, com quem aprendi muito. Fico muito honrado
quando eles fazem essa relação lá na Restinga, no Extremo-Sul. Eles também
fazem uma outra relação: eles, muitas vezes, me chamam de Janta! Eu quero dizer
que eu sou bem mais magro do que o Janta, eu quero avisar para as pessoas isso!
Estou na rua, e dizem: “O Janta!” Eu quero avisar que eu sou bem mais magro do
que o Janta!
Eu acho que o grande desafio para este próximo
período, além dessa questão, em que o Janta foi muito hábil ao colocar na Lei
Orgânica do Município, é uma forma de autossustentar a Secretaria da Saúde, de
forma que ela possa aumentar o investimento. Só vejo uma forma de fazer isso:
pela federalização do Hospital de Pronto Socorro, esta é a forma. Nós não queixamos de
recurso, Dr. Goulart, de que a Saúde não tem recurso, que tem muito pouco
recurso do Estado, tem muito pouco recurso Federal? Então, uma forma de onerar
o Governo Federal, passar parte das necessidades do Município para o Governo
Federal, Ver. Villela, é a federalização do Hospital de Pronto Socorro. É fazer
com que o Hospital de Clínicas, que é Federal, assuma os insumos do Hospital de
Pronto Socorro. Essa ação vai fazer com que nós possamos ter na Secretaria da
Saúde, R$ 4 milhões a mais por mês. Infelizmente, não foi feito ainda, porque
há um feudo no Hospital
de Pronto Socorro. Isso tem que ser rompido para o bem da Cidade, para o bem da
população da Cidade. Isso vai fazer com que a Secretaria da Saúde recupere a sua
capacidade de investimento
e possa, sim, Ver. Janta, fazer os postos 24 Horas; possa, sim, Dr. Goulart,
fazer pelo menos outro centro de especialidades na Cidade, então, nós temos que
passar para o ente federativo. Há o seu ônus, e o seu ônus pode ser passado,
através do Hospital de Clínicas. E a gente sabe que para isso existe já
sensibilização muito grande, e um projeto dentro do Hospital de Clínicas nesse
sentido. No sentido de que o Hospital de Clínicas absorva o Hospital de Pronto
Socorro. Concluindo, os profissionais continuariam sendo concursados do Município.
O ente Municipal continuaria... Não seria privatização, seria uma
federalização, é diferente. E é importante que a gente possa sensibilizar as
pessoas para esta necessidade. Os funcionários continuariam sendo da
Prefeitura, concursados do Município, mas o ônus e os insumos seriam custeados
pelo Governo Federal, através da federalização do Hospital de Pronto Socorro.
Esta é a forma de se retomar a possibilidade de investimento de Secretaria
Municipal de Saúde. E o nosso próximo Prefeito tem que ter isto como grande
objetivo, para a Secretaria Municipal de Saúde dar, sim, saúde e não trazer
doença para as pessoas, como a gente tem visto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA:
Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Ver. Idenir Cecchim, Ver.
João Bosco Vaz, hoje a nossa Cidade
amanheceu com uma sensação de segurança com os homens que chegaram da Guarda
Nacional ontem à tarde. Desde o início do ano, nós vimos, em nome do nosso
partido, em nome das entidades que representamos – a Força Sindical -, à
tribuna desta Casa pedir a intervenção, desde a invasão do posto da Cruzeiro,
desde os atos de violência nas vilas de Porto Alegre, na Mário Quintana, na
Vila Tronco e demais vilas da nossa Cidade, pedir que o Governador fosse até a
União e solicitasse a ajuda e intervenção da Guarda Nacional. Que botassem essa
Guarda nos presídios e botassem a Brigada Militar, que estava dentro dos
presídios, na rua ou vice-versa, mas que houvesse essa intervenção da Força
Nacional na cidade de Porto Alegre. Nós não aguentamos mais ver mães, pais,
avós, famílias chorando pela perda de seus entes queridos. É inadmissível o que
está acontecendo na nossa Cidade, esta guerra urbana: todos os fins de semana,
dezenas de pessoas tombando nessa guerra urbana. E ontem chegou, no 9º
Batalhão, a Força Nacional, preparando-se, hoje, para amanhã começar a atuar em
Porto Alegre. É uma medida paliativa, mas é uma sensação que dá na população de
Porto Alegre. Nós sabemos que são necessários investimentos na nossa Brigada
Militar, que precisa receber o seu salário em dia. É necessário que sejam
contratados novos brigadianos, mas é necessário que o Governo faça um
investimento maciço em educação. Esta Casa deu um grande passo - Dr. Goulart,
Dr. Thiago, João Bosco Vaz, Idenir Cecchim, Delegado Cleiton e Presidente
Villela -, aprovando a escola de tempo integral. Tempo já diz tudo, não é
turno. Turno a gente vê na fábrica, a gente vê no canteiro de obras, a gente vê
no comércio, turno compreende-se até no mato, quando a gente chega, cumprimenta
a aroeira, conforme o turno. Mas nós aprovamos a escola em tempo integral: as
crianças entram de manhã e saem no final da tarde. Isso é um investimento
maciço em educação e um projeto de Estado, de Governo, que esta Casa faz, e é
essa uma das coisas que nós precisamos fazer. Precisa também o Estado investir
em esporte, em cultura, mas principalmente nas pessoas, lá nas comunidades, em
saneamento, em infraestrutura, em transporte, mas em segurança pública. As
pessoas têm que ter a sensação de segurança lá nas comunidades, não como dizia
o Secretário de Segurança anterior – que foi demitido agora -, que não ia até
as vilas, que não sabia onde eram as vilas. Lá é que existe a grande
necessidade de segurança pública. Esperamos que esse remediozinho paliativo - a
Força Nacional estar em Porto Alegre - seja o início de um remédio que a
população possa começar a contar. É um conta-gotas para a necessidade da
população; a população não precisa se sentir segura, ela precisa estar segura,
precisa estar segura com seus filhos nas escolas, seja nos turnos da manhã,
tarde ou noite, precisa estar segura para ir trabalhar, precisa estar segura
para fazer as suas atividades. Então, esperamos que o Governo ouça os anseios
da população não somente na segurança pública, mas também na questão da saúde –
nós não podemos mais ver a Santa Casa fechando seus leitos hospitalares por
falta de investimento do Estado e da União. Acho que começa um avanço bem
pequeno na questão da segurança pública, mas nós temos que ter avanços também
na questão da saúde pública - precisamos dessas duas coisas, para o bem maior
pregado por todos cultos, credos: a vida. Acho que essa é uma grande luta que
esta Casa trava na defesa do povo da nossa Cidade, do povo do Rio Grande do
Sul. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Vereador. Passamos à
(05 oradores/10 minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 1988/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/16, que dispõe
sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 2017.
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Não havendo inscritos para discutir a
Pauta Especial, está encerrado o período da Pauta Especial.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1714/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 035/16, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que concede o Diploma
Honra ao Mérito à senhora Sônia Kalkmann Pizzio.
PROC.
Nº 1719/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 036/16, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que concede a Comenda
Porto do Sol à senhora Delta Borges Henriques.
PROC.
Nº 1830/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 181/16, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que
inclui a efeméride Dia da Vaneira no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de
2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de
Porto Alegre –, e alterações posteriores, e o evento Passeata Musical – Caminho
da Vaneira no Anexo II da Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – Calendário de
Eventos de Porto Alegre e Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre –, e
alterações posteriores, no dia 1º de setembro.
PROC.
Nº 1878/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 042/16, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede a Comenda Porto
do Sol ao senhor Paulo de Argollo Mendes – médico e presidente do Sindicato
Médico do Rio Grande do Sul.
PROC.
Nº 1896/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/16, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede a Comenda Porto
do Sol ao Conselho Geral de Clubes de Mães.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0522/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 042/16, de autoria da Verª Lourdes Sprenger, que
altera o art. 7º e os Anexos I, II e III da Lei nº 11.062, de 6 de abril de
2011 – que autoriza o Executivo Municipal a instituir, conforme determina, o
Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (IMESF), revoga a Lei nº
10.861, de 22 de março de 2010, e dá outras providências –, alterando a
definição de Ação Estratégica à Saúde da Família, bem como as atribuições
comuns a todos os profissionais que integram as equipes da Estratégia de Saúde
da Família, e incluindo o emprego público de Médico-Veterinário no Quadro de Empregos
do IMESF.
PROC.
Nº 1589/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/16, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que
determina a realização de trabalho voluntário com cães e gatos pelos vereadores
da Câmara Municipal de Porto Alegre, em 1 (um) dia do mês, durante 6h (seis
horas), no Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 1657/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/16, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que
estabelece a criação da Delegacia Eletrônica de Proteção Animal – DEPA – no
site da Delegacia Online da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, para
apresentação de notícia de fato tipificado como infração penal envolvendo
animais.
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Primeiro eu quero agradecer ao Governo a
possibilidade de falar em Pauta. Aliás, isso nada mais é do que justiça. Tenho
votado com o Governo, nunca votei contra, eu não sou da oposição, sou um
crítico em algumas questões.
Eu
vou falar de dois projetos: do projeto que cria o trabalho voluntário com cães
e gatos, e quero dizer aos senhores Vereadores que estão concorrendo e que vão
se reeleger que eu vou ficar com ciúmes porque vou estar lá na minha atividade
privada vendo os senhores trabalhando voluntariamente em benefício dos gatos e
dos cachorros! É uma proposição de um colega, e, evidentemente, os que me
conhecem sabem que eu tenho um burro chamado Tongo, que é cego de um olho, mas
o Tongo está bem cuidado, eu cuido dele sem projeto, não preciso de projeto.
Só
nessa linha, senhores e senhoras, não é uma questão de crítica ao parlamentar
em si, e é equivocada a tese de que Vereador pode tudo. Não! Ele pode defender
suas ideias, seu ponto de vista, agora propor um projeto altamente
inconstitucional, Ver. Dr. Goulart, é a mesma coisa que eu me intitular
benzedor e ir até suas pacientes dar palpite, não tem nada a ver. Nós temos que
ter respeito com o nosso Regimento, ou não teria motivo nenhum ter Regimento.
Nós temos capacidade legislativa para propor leis. Existem leis que são de
competência legislativa, sim; outras, de competência executiva, sim; umas de
competência legislativa municipal; outras de competência legislativa estadual;
outras de competência legislativa federal; mas temos também a Constituição
brasileira, o Código Penal e o Código de Processo Penal, então não é tão
simples assim. Eu quero, mais uma vez, dizer que nós não temos poder, por
exemplo, para incluir notícias no site
da Delegacia de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul; para criar leis que
obriguem a Secretaria de Segurança do Estado a colocar, lá nos sites das delegacias, notícias sobre
animais estuprados, machucados, perdidos ou violentados. E, mais ainda, eu
quero aqui dizer que há uma confusão, seguidamente: “O senhor não gosta de
animais?”. Muito pelo contrario! Os senhores sabem que eu tenho dificuldade,
hoje, de morar em apartamento porque eu tenho uma quantidade muito grande de
animais, então não é isso. Trata-se de nós, no mínimo, respeitarmos a sociedade,
que, na sua grande maioria, por questões culturais, não tem a dimensão da
capacidade do que pode e do que não pode um Parlamento. A grande maioria da
sociedade não sabe, tem dificuldade. Não são todos, evidentemente, mas a
maioria pensa que um Vereador pode tudo. Não pode! E nós estamos enfrentando um
momento muito delicado.
O
projeto que aqui tramita sobre esse tema quer disciplinar a possibilidade de o
autor votar no projeto, não é nada do que foi dito aqui anteriormente. Mas
então este projeto propõe que, durante 6 horas por mês, o Vereador trabalhe
voluntariamente para cuidar de cachorro e gato... Eu até gosto mais de cachorro
do que gato. Eu tenho a maior admiração por quem trabalha em defesa dos
animais, mas nós não podemos ficar propondo esse tipo de lei, isso leva – vamos
dizer assim – às críticas que, constantemente, nós temos sofrido. Esta Casa
precisa, acima de tudo, mostrar aos Parlamentares, a todos nós, que o Regimento
e a Lei Orgânica precisam ser respeitados. Obrigado, Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Obrigado. Nada
mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h43min.)
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